Pela primeira vez depois de 30 anos, Black Coffee, um dos DJs mais populares do mundo, manda a real sobre o seu acidente
Com mais de 2 milhões de ouvintes mensais no Spotify, não há dúvidas de que o sul-africano Black Coffee se consagrou como um dos maiores DJs do mundo. Mas, para quem o vê pela primeira vez, pode ficar intrigado sobre o porquê do músico tocar somente usando um braço.
Então, mais de 30 anos depois de seu acidente, Nkosinathi Innocent Maphumulo, nosso querido Black Coffee, mandou a real sobre a noite que causou a paralisia. Ele contou tudo para o podcast The Diary of a CEO, comandado por Steven Bartlett, fundador da Thirdweb, Flight Story e Flight Story Fund, em um relato emocionante sobre trajetória – que durou mais de 1 hora.
O acidente de Black Coffee
A África do Sul vibrava na data 10 de fevereiro de 1990, preparando-se para a libertação de Nelson Mandela. Mas, foi também em meio àquela agitação que a vida de Black Coffee virou de cabeça para baixo.
“É uma história que, por anos, foi difícil de compartilhar”, começou o astro. Naquela noite, aos 14 anos de idade, Black Coffee estava com seus primos em casa, quando ouviu uma série de pessoas marchando e comemorando pelas ruas.
“A multidão estava indo para um estádio que ficava perto da minha casa – onde eles iriam acampar e cantar até o outro dia”, contou. Então, de repente, um carro em alta velocidade atravessou a multidão. Como um protesto terrorista, o motorista daquele carro havia desligado os faróis e acelerou com o objetivo de matar todos os apoiadores de Nelson Mandela que encontrasse. No fim, os manifestantes queimaram o carro e o motorista.
“Eu não estava completamente na frente do veículo, mas senti como se o carro tivesse pegado cerca de 20% do meu corpo, digamos. E eu desmaiei. Quando acordei, as pessoas estavam gritando com muita raiva e eu vi o fogo”.
Segurando a emoção, o DJ contou como foi levado ao hospital e explicou o deslocamento do ombro. “Não tive hematomas nem cortes. O que aconteceu foi: os nervos que ligam o braço ao corpo estouraram”, disse. “Estando em uma cidade pequena, ninguém sabia o que fazer no hospital. Eles não sabiam nem dizer se estava quebrado, e por isso só me deram uma tipóia e analgésicos.”
Meses depois, Black Coffee descobriu que a lesão se chamava plexo braquial, que se configura pela ruptura dos nervos. Com tratamento e fisioterapia, ao longo dos anos, ele conseguiu recuperar 40% da mobilidade e sensação do braço esquerdo.
Black Coffee: uma trajetória ligada à música
Nkosinathi Innocent Maphumulo, originário de um pequeno vilarejo na África do Sul, iniciou a sua ligação com a música no coral da escola. Ali, ele conheceu os seus parceiros que viriam a fazer parte da Shanha, a sua primeira…banda. 👀 Juntos, eles formaram um trio afro-pop com um estilo muito característico da região.
Por fim, anos depois ele lançou o seu próprio selo, a Soulistic Music – onde pôde, finalmente, atuar com a liberdade que sempre sonhou. Desde então, ele surfou por diferentes ondas, tendo produzido com grandes artistas – em seu currículo, colaborações com Drake, Alicia Keys e David Guetta.
Espalhando os ritmos do Afro-House em seus sets, Black Coffee também espelha seu sucesso em sua instituição, a Black Coffee Foundation – que apoia jovens em vulnerabilidade social, conectando as suas realidades por meio da música.
Ainda não conhecia o seu som? Se liga nessa apresentação que rolou em Londres no mês passado!